segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Gasto energético na natação...

Muitas das idéias que temos hoje em dia sobre treinamento na natação, vêm do atletismo e, não é raro compararmos provas da natação com as realizadas na pista, não com a mesma metragem, mas com o mesmo tempo de realização.
Porém, não é preciso ser nenhum gênio para saber que os meios não são iguais, ou seja, há muito mais resistência num deslocamento na água, do que no ar. A densidade da água é aproximadamente 800 vezes maior que a do ar (998,2 versus 1,205 kg/m a 20°C e 70 mmHg). 
Por isso, uma das melhores maneiras, senão a melhor, de se deslocar com mais velocidade no meio aquático é diminuindo-se o arrasto (já falamos sobre os tipos de arrasto aqui no blog), ou seja, melhorando a técnica do nadador.
Além da maior densidade da água, outro problema encontrado pelos atletas para se deslocarem no meio líquido é a grande quantidade de energia transferida para a água durante a realização do movimento. Diferentemente das atividades terrestres, em que o impulso é realizado contra a terra, que não pode ser acelerada, durante a natação, a propulsão é feita contra a água, a qual pode sofrer aceleração. Isto faz com que parte da energia é utilizada para movimentar a água para trás em vez de impulsionar o nadador para a frente. Estes fatores fazem da natação uma atividade que gera elevado custo energético de deslocamento e velocidades máximas bem reduzidas.
Por isso, a habilidade do nado é um dos fatores mais importantes do rendimento, já que permite uma considerável diminuição da resistência e um aumento da velocidade de propulsão.
Vejo, em muitos lugares, um excesso de preocupação nos trabalhos metabólicos e nos volumes de treinamento, mas pouco tempo dedicado à melhoria técnica, principalmente nas categorias de base. Podemos e devemos inverter esta curva, se queremos formar nadadores mais velozes.
Até mais.
Fonte de consulta para este artigo: Aspectos Fisiológicos e Técnicos da Natação - Camila Coelho Greco - editora Guanabara Koogan.