sexta-feira, 19 de junho de 2009

EDUCAR PELO ESPORTE...

ARTIGO DO PROFESSOR BONA EM SEU BLOG "DENTRO D'ÁGUA". PARA ACESSAR, CLIQUE AQUI

Este título deve estar dando arrepios em muita gente. Sei em que muitos colegas meus, profissionais de Educação Física, acreditam numa dicotomia perfeita entre Atividades Físicas Educativas e Esporte. Acreditam eles que Esporte não educa, ao contrário, somente deseduca: suscita nos alunos uma competitividade que só desemboca em atitudes hostis entre os alunos, a valorização do ganhar a qualquer custo, os privilégios dos mais habilidosos sobre os menos hábeis, etc. Somente as atividades essencialmente participativas (não competitivas) e até cooperativas é que seriam úteis para um projeto de educação integral através da atividade física.

Tenho passado a minha vida profissional inteira argumentando que essa é uma visão míope da dinâmica entre professores e alunos, e empobrecedora de nosso papel neste contexto. Estou convencido de que o que definirá se uma determinada atividade será educativa e formativa, ou se será apenas suor e ATP gastos à toa serão a conduta e o discurso do profissional que conduz a atividade, e não a atividade em si.

Isso equivale dizer que pode perfeitamente haver atividades esportivas fortemente educativas e atividades físicas não esportivas absolutamente inócuas ou até perniciosas, dependendo de como o professor ou técnico se porta durante a sua realização. Notem que esta visão coloca em nossas mãos grande responsabilidade e, por isso, devemos estar prontos para ela.

Eu diria mais, diria que as atividades esportivas têm uma vantagem adicional sobre outras quaisquer para que o profissional tire delas lições de vida preciosas para seus alunos: o forte envolvimento emocional que elas trazem em si mesmas. É no calor das disputas esportivas que o Profissional de Educação Física precisa estar atento para colocar-se e ressaltar aspectos relevantes para a consolidação do caráter de seus alunos, pois a carga emocional envolvida na disputa se incumbirá de gravar a fogo nos corações e mentes dos pequenos tudo que for dito e feito naqueles instantes dramáticos.

É por isso que nunca esquecemos o primeiro beijo, a primeira namorada, a primeira transa, e assim por diante. Porque são momentos emocionalmente intensos. E o esporte é, via de regra, emocionalmente intenso, muito diferente de inúmeras aulas de Educação Física que já assisti: mornas, desinteressantes, repetitivas, sem um pingo de motivação. Algum aluno estará assimilando algo de bom e construtivo num ambiente desse?

Evidentemente cuidados especiais precisam ser tomados: regras especiais precisam ser elaboradas, dinâmicas específicas tem que ser implementadas para que as atividades esportivas não descambem para o ganhar a qualquer preço e ponto final. E isso dá trabalho, pois exige planejamento, atenção e envolvimento.

Para citar apenas um exemplo simples eu diria que um cuidado especial que deve ser tomado é com a conduta que os profissionais adotam nas competições. Já presenciei muitos colegas que, depois de se comportarem educadamente por semanas nas aulas e nos treinos, deixam-se arrebatar nos dias de disputa e perdem completamente o controle (e a compostura) justamente no dia do jogo, do festival ou da competição.

Oriento meus monitores na EEFEUSP que quando vamos aos Festivais de Natação com nossos alunos, que não temos o direito de nos perder neste aspecto. Podemos até torcer discretamente, mas lá continuamos a ser educadores e nossa conduta continua balizando a de nossos alunos, e eles mais do que nunca, necessitam do nosso apoio incondicional e nossa orientação. Brigar, discutir, bater-boca? Jamais. Torcer apaixonadamente? Isso é para pais, amigos e outros parentes.

De minha curta e discreta vida esportiva trago até hoje ensinamentos fortes, muito mais do que aqueles advindos de minha educação física. E olhe que eu fiz educação física na escola na década de...bem...deixa pra lá.

MEDALHA...MEDALHA...MEDALHA...RSRSRSRS

Trabalhando com competição há muito tempo, vivi muitas experiências como as descritas com muita propriedade pelo Prof. Bona no seu blog "Dentro D'Água" abaixo.

Dêem uma olhada, porque é muito interessante.


Professor, meu filho mais velho acaba de ganhar três medalhas neste Festival e o irmãozinho dele está chorando inconsolável que também quer uma. O senhor pode dar?”

“Professor, meu filho perdeu uma das provas em que estava inscrito neste Festival e acabou não nadando. Ele está muito triste com isso. Não poderíamos dar uma medalhinha para ele?”

“Professor, meu filho preparou-se para o Festival, inscreveu-se, mas ficou doente no dia e não pode ir. Ele não teve culpa. Não poderíamos dar uma medalhinha para ele, só para que não ficar muito frustrado?”


Mamãe, entendo a sua aflição, mas eu não posso fazer isso.

Uma das coisas mais importantes que seu filho deve aprender no esporte é que uma medalha só vale pela conquista que ela representa. É isso: uma medalha não se dá, se conquista!

Por menor que seja, por mais simples que possa parecer, uma medalha deve sempre ter uma história pra contar. Não precisa ser uma história de recorde ou de vitória retumbante como numa competição. Mas no caso de um festival ou uma demonstração, deve ser uma história de esforço individual, de superação de medos e de limites pessoais, de enfrentamento de uma adversidade, qualquer que seja a performance alcançada.

Já vi muitas vezes isso: mesmo atletas com estantes recheadas de medalhas, são capazes de contar a história de cada uma: como foi, o que sentiu, o que mais marcou naquele dia.

Se eu simplesmente “der” uma medalha a ele, sem nenhum esforço que a justifique, primeiramente desvalorizarei todas as outras também oferecidas aos demais atletas deste Festival que as ganharam com esforço e dedicação. Além disso, acredite, ela nunca terá o mesmo valor que as outras medalhas que seu menino já tem ou que certamente ainda virá a ganhar.

Quanto à tristeza, à frustração ou algo parecido, elas fazem parte do esporte e da própria vida. Não podemos e não devemos, eu ou mesmo a senhora, pouparmos seu menino destes sentimentos. Por mais doloroso que possa parecer, é importante que ele passe por estas experiências para que, com o nosso carinho e apoio, aprenda a assimilar e a superar estes sentimentos. Na vida ele vai precisar muito desta habilidade, que alguns estudiosos chamam de “inteligência emocional”.

Psicólogos e psiquiatras são unânimes em dizer que crianças poupadas de toda frustração e dissabores pelos pais costumam se tornar adultos problemáticos e infelizes, quando não perigosos.

Por isso fique tranqüila e seja firme. Diga a ele que muitos outros Festivais virão e muitas medalhas também, mas todas sempre com a sua própria história a ser contada.


Para ver o blog do Professor Bona e esta matéria, clique aqui

quinta-feira, 4 de junho de 2009

ESCOLHER EXERCÍCIO CERTO AJUDA A TRATAR PRBLEMAS DE SAÚDE...


Hoje saiu uma matéria interessante sobre esportes e saúde na Folha Equilíbrio, do Jornal Folha de São Paulo. O início da matéria, até a parte que fala de natação está abaixo. Para quem quiser continuar a ler a matéria, existe um link no final da postagem.



IARA BIDERMAN
colaboração para a Folha de S.Paulo

Pratique uma atividade física. Na saúde e na doença.

"Fazer exercícios, em geral, não é contraindicado no caso de doenças. Pelo contrário: os estudos apontam que a qualidade de vida e os parâmetros dos distúrbios melhoram", diz Benjamin Apter, ortopedista do Departamento de Geriatria da USP (Universidade de São Paulo) e diretor da academia B-Active, em São Paulo.

Mas a regra não é tão clara. Enquanto alguns exercícios podem ser ruins para certas doenças, outros beneficiam o paciente. Embora o exercício não seja remédio, bem direcionado ele faz parte do tratamento.

"A atividade física regular deve estar incluída no cuidado de doenças de homens e mulheres de todas as idades", diz Cesar Jardim, supervisor do check-up do HCor (Hospital do Coração), em São Paulo.

Para isso, além das condições individuais, deve-se avaliar o estado do distúrbio e as variáveis de cada atividade física. Em certos casos de artrose ou lombalgia, por exemplo, o risco de lesão pode superar o benefício genérico de combater o sedentarismo, também considerado doença pela OMS (Organização Mundial da Saúde).

Já se a ideia é controlar a osteoporose, atividades sem impacto são benéficas para várias questões, mas não contribuem para a densidade óssea.

Para saber qual atividade pode trazer mais benefícios e menos riscos para certas condições de saúde, a Folha entrevistou dez especialistas e selecionou os exercícios especialmente indicados em cada caso.

ASMA

Inflamação crônica das vias respiratórias, a asma geralmente é uma resposta alérgica a determinados estímulos. A inflamação dificulta a passagem de ar nos pulmões, diminuindo a capacidade pulmonar e encurtando os músculos envolvidos na respiração. O exercício não atua especificamente na inflamação ou na alergia, mas fortalece os músculos respiratórios e reeduca a respiração. "O fortalecimento da musculatura respiratória promovido pela natação aumenta a capacidade de reagir às crises asmáticas. Para nadar, também é necessário respirar da forma correta, o que aumenta a capacidade de oxigenação dos pulmões", diz William Urizzi de Lima, supervisor da metodologia Gustavo Borges de natação formativa. O meio úmido também é indicado: "Realizar exercícios quando o ar está muito seco pode induzir a crise [de asma]", afirma Lazzoli, da SBME.

Natação

Precauções
Evitar locais com pouca ventilação, onde a concentração de gases produzidos pelo cloro pode desencadear alergias respiratórias. A intensidade do exercício deve ser controlada para diminuir o risco de broncoespasmo (contração reversível da musculatura dos brônquios) induzido por exercício. Não realizar a atividade durante inflamação aguda das vias respiratórias

Modo de usar
Como em outras atividades aeróbicas, o iniciante deve começar com um treinamento de baixa intensidade e ir aumentando progressivamente essa intensidade de acordo com o aumento da capacidade cardiorrespiratória. Os exercícios específicos de respiração (como treinar a expiração debaixo d'água) são essenciais, mas não devem ser feitos seguidamente por períodos longos

Opções de atividades
Corrida, que também aumenta a capacidade pulmonar; ioga, com ênfase nos exercícios respiratórios ("pranayamas"), que reeducam a respiração

...Para ler o restante da matéria, clique aqui