terça-feira, 30 de setembro de 2008

101 DICAS PARA MELHORAR SUA AULA/TREINAMENTO (31 a 40)


31 - Delegue, delegue, delegue a seus atletas, assistentes, pais e dirigentes responsabilidades dos aspectos de seu programa.

32 - Entusiasmo + Encorajamento + Energia = Excelencia.

33 - Procure sempre por coisas que possam melhorar você mesmo.

34 - Se divirta, a vida é curta.

35 - É muito fácil treinar atletas quando eles dão resultados. Você tem de ser bom é para auxiliar os seus nadadores quando eles não conseguem os objetivos programados.

36 - Mantenha os seus objetivos a longo prazo mesmo que alcance-os a curto prazo.

37 - Contribua para o desenvolvimento de outros treinadores. Você também aprende ensinando.

38 - Escute os seus atletas.

39 - Desenvolva uma visão multidisciplinar.

40 - Apresente as informações que tiveres a oportunidade de acompanhar em clínicas e workshops. Esteja sempre disposto a dividir.

Até mais

5 EDUCATIVOS DE BORBOLETA


Fonte: Treinamento em Academias – Prof. William de Lima

1 – 3/2/1 braçadas e 1 respiração;
2 – Nadar com 1 braço, outro e completo, com a perna intensa;
3 – Nadar 2 braçadas de um lado, respirar, duas do outro, respirar;
4 – Propulsão nas pernas, braços estendidos e cabeça na água;
5 – Propulsão nas pernas, cabeça fora da água e braços para trás.

Até mais

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

CURSO - INSCRIÇÕES ABERTAS! clique na imagem para ampliar.


EXERCÍCIOS CORRETIVOS X PROCESSO PEDAGÓGICO


Adaptado de “Treinamento em Academias” – Prof. William de Lima



Com o crescimento da natação e com o acesso maior à informação (vídeos, Internet, etc.) muitos exercícios utilizados em treinamento têm sido adaptados e utilizados em aulas de iniciação. Alguns exercícios auxiliam o processo pedagógico, mas outros prejudicam.
Alguns professores não utilizam o senso crítico na adaptação de exercícios corretivos ou para uma melhor técnica e acabam prejudicando seus alunos no futuro.
Quando se está à frente de exercícios novos, deve-se utilizar as seguintes estratégias para analisá-los:
1 – grau de dificuldade;
2 – faixa etária;
3 – nível do aluno;
4 – recursos para melhor utilizá-los (nadadeiras, flutuadores, etc.);
5 – erro técnico específico para utilizá-lo;
6 – metragem – séries – quantidade e intensidade.
O treinador e o professor devem analisar o que é importante no exercício, ou mesmo, na utilização de outros recursos como nadadeiras, palmares, prancha, calção de bolso, elástico; devem analisar onde termina a técnica, os objetivos e começa o comércio, a moda, o status e a nossa falta de capacidade de analisar melhor o nosso conteúdo programático, objetivos, etc.
Ao aplicarmos exercícios corretivos para os atletas ou alunos do aperfeiçoamento, devemos chamar a atenção quanto a propulsão das pernas, pois quando eles utilizam uma braçada e não dão ênfase a propulsão das pernas há uma perda de estabilidade e um desequilíbrio do corpo.
Outro detalhe dos exercícios é o atleta realizar metragens curtas com intervalos suficientes, para que possa executar o exercício com uma técnica ideal.
O objetivo dos exercícios corretivos é a técnica ideal e isto o atleta consegue quando seu tempo é bom e realiza um número ideal de braçadas; isto significa menor investimento energético.
Segundo Maglisho, os atletas podem nadar mais rápido ou visar menos esforço muscular em velocidades sub-máximas, quando seus membros se movem nas direções certas, numa velocidade ideal, com as mãos e pés inclinados no ângulo de ataque ideal.


Até mais.

5 EDUCATIVOS DE COSTAS


Fonte: Treinamento em Academias - Prof. William de Lima


1 - Nadando, movimentar somente o braço direito - propulsão das pernas intensa;


2 - Nadando, movimentar somente o braço esquerdo - propulsão das pernas intensa;


3 - 6 pernadas com um braço à frente e outro atrás, trocar;


4 - Movimento dos braços até 90º, voltar;


5 - Movimento dos braços até 90º, voltar, até 180º, voltar, braçada completa.


Até mais

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

101 DICAS PARA MELHORAR SUA AULA OU TREINAMENTO (21 a 30)


21 - Desenvolva uma comunicacao interna eficiente, e seja sempre a fonte.

22 - Quanto mais, melhor, magnifico. Sempre existe lugar para a melhora.

23 - O que você acredita poderá acontecer. O que você quizer pode acontecer, basta trabalhar para isso.

24 - Seja persistente, nunca desista.

25 - Aprenda técnicas de organização básicas. Faça o seu trabalho também funcionar como negócio.

26 - Dê um pingo de informação, mas sempre uma tempestade de prática e ação.

27 - Comunique-se claro, conciso, calmo, construtivo, e conciente.

28 - Busque a critica de um amigo, eles sempre são bons conselheiros.

29 - Ajude a desenvolver o esporte de uma forma geral, não pense apenas nos seus atletas.

30 - Conviva com pessoas de sucesso, sucesso promove mais sucesso.


Fonte: Coach Alex Pussieldi - http://www.bestswimming.com.br/


Até mais.

5 EDUCATIVOS DE CRAWL


Fonte: Treinamento em Academias - Prof. William de Lima


1 - Nado completo e, durante a recuperação do braço, tocar o dedo nas axilas. Cuidado para não prejudicar a finalização;

2 - Propulsão das pernas com nadadeiras para melhorar a flexibilidade articular e a potência das pernas: 10 - frente; 10 - lado esquerdo; 10 - frente; 10 - lado direito;

3 - Realizar uma distância curta (25 metros) nadando crawl, contando o número de braçadas. Realizar a mesma distância tentando diminuir o número de braçadas. o professor deve instruir o aluno como fazer isso - melhorar a saída da parede, bater mais prna, alongar mais a braçada, acelerar mais o final da braçada, deixar a mão mais "dura", etc.

4 - Nadar com as mãos fechadas, punhos cerrados;

5 - Nadar com a cabeça fora da água, olhando a entrada das mãos na água e o movimento dos braços.

Até mais.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

RASPAR O CORPO DIMINUI O ATRITO OU É SÓ PSICOLÓGICO?


Durante muito tempo, (e olha que sou do tempo que o máximo que se poderia fazer para nadar melhor no dia da competição era raspar os pelos do corpo!) fiquei em dúvida se realmente funcionava ou se era somente psicológico. Que a sensação de nadar raspado é muito boa, quem fez já sabe, mas será que realmente funciona?

Sharp e Costill(1989) mostraram através de vários estudos que a raspagem do corpo realmente funciona na diminuição do arrasto friccional.

Através de testes com nados submáximos, encontraram uma diminuição nos valores médios de lactato e um aumento no comprimento médio das braçadas, em um grupo controle comparando antes e depois da raspagem. Os mesmos resultados não foram encontrados no mesmo grupo quando fizeram o teste com natação estacionária, o que indicou que a melhora realmente veio da diminuição do arrasto friccional.

Em outro teste, utilizando um velocímetro, Sharp e Costill (1989) verificaram que nadadores raspados tem uma diminuição da aceleração mais demorada, depois de um impulso submerso da borda, indicando que podem haver razões fisiológicas para a raspagem do corpo.

Até mais.

5 EDUCATIVOS DE PEITO


Fonte: Treinamento em Academias - Prof. William de Lima


1 - Professor na água, aluno com as mãos na parede, professor segura o aluno pelos pés e executa o movimento da pernada de peito com a ponta dos pés para fora;

2 - Fora da água, o professor segura nos pés do aluno e orienta quanto a empurrar a água, representada pela mão do professor, com a sola dos pés;

3 - Pernada de peito em decúbito dorsal com os braços para trás;

4 - Pernada de peito em decúbito ventral com os braços para trás;

5 - Pernada com braços estendidos à frente.


Até mais.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

5 EDUCATIVOS DE BORBOLETA


Fonte: Treinamento em Academias - Prof. William de Lima


1 - Propulsão das pernas imitando a "pequena sereia" - no meu tempo era O Homem do Fundo do Mar!

2 - Realizar a braçada na posição vertical com os pés no fundo da piscina e a cabeça fora da água;

3 - Propulsão das pernas - posição dorsal, mãos para trás;

4 - Propulsão das pernas e braços sem executar a respiração;

5 - Nadar fazendo 4 pernadas e 1 braçada.


Até mais

ARRASTO FRICCIONAL


O terceiro e último tipo de arrasto é o friccional. Ele surge da fricção entre a pele e a água à medida que o nadador se desloca para frente.

Quando começa o deslocamento, algumas moléculas de água acompanham o corpo, batendo em outras moléculas de água e rompendo camadas do fluxo laminar até uma certa distância da pele.

Em determinado ponto, surge um fluxo retrógrado, que é o movimento de moléculas de água no sentido contrário ao deslocamento do corpo fazendo com que algumas camadas do fluxo laminar fiquem invertidas gerando turbulência e o arrasto de fricção.

Os principais fatores que influenciam a quantidade de arrasto friccional exercidos nos objetos são: (1) a área da superfície do objeto, (2) a velocidade do objeto e (3) a textura de sua superfície.

Hoje em dia, com os novos trajes para a natação, temos o controle sobre 2 dos 3 aspectos: superfície, através da compressão dos tecidos do corpo do nadador e textura, com materiais com superfícies mais lisas. Antigamente, somente se poderia controlar a superfície da pele, através da raspagem.

Amanhã, colocarei uma imagem que ilustra o momento exato do rompimento da camada limítrofe e o início do arrasto friccional.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

5 EDUCATIVOS DE COSTAS



Fonte: Treinamento em Academia - Prof. William de Lima

1 - Propulsão das pernas com os braços no prolongamento do corpo;
2 - Propulsão das pernas com um braço à frente, outro ao lado do corpo;
3 - Propulsão das pernas com as mãos na nuca;
4 - Propulsão das pernas com nadadeiras;
5 - Nadando ou propulsão de pernas colocando um objeto (copo de plástico com água, moeda, óculos, pedra, etc.) na testa para não modificar a posição da cabeça. Obs: Particularmente eu, Mixirica, prefiro um copo de plástico com um pouco de água,porque se o aluno mover a cabeça, o copo cai, o que não contece com os outros objetos.
Até mais

ARRASTO DE ONDA

A segunda forma de arrasto é a causada pela turbulência na superfície da água. A forma mais comum de arrasto de onda é a criada pelas ondas de proa que fazem pressão contra os corpos dos nadadores e diminuem sua velocidade de progressão.
A velocidade na natação influencia diretamente este tipo de arrasto devido a parede de água que se forma à frente do nadador. Essas paredes exercem um efeito de contenção tão poderoso que o arrasto aumenta em 8 vezes quando se dobra a velocidade.
Se engana quem pensa que o arrasto de onda só se forma à frente do nadador, ele também se forma nas laterais do corpo tanto no plano vertical quanto no horizontal. Quando os nadadores arrastam os braços pela superfície, batem na água, entram com a mão de forma errada ou recuperam o braço em baixo da água, também aumentam o arrasto de onda.
Piscinas mais antigas ou com sistemas anti-marolas pouco eficientes pioram muito o arrasto de onda na medida que não eliminam as ondas decorrentes do deslocamento dos nadadores.
A figura abaixo mostra a formação de um arrasto de onda se formando à frente de um nadador de costas.

Até mais

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

5 EDUCATIVOS DE CRAWL


Fonte: Treinamento em Academia - Prof. William de Lima

1 - Com pernada lateral, braço esquerdo estendido à frente, braço direito ao longo do corpo (trocar de lado) a cada duas pernadas;
2 - Nadar dando ênfase às pernadas;
3 - Nadar dando ênfase às braçadas;
4 - Variar o número de braçadas de cada lado: duas braçadas de um lado, duas de outro; três de um lado, três de outro; duas de um lado, uma do outro...
5 - Pernada lateral: 6 pernadas e 3 braçadas virando o lado da respiração.

Até mais.

COMO O ROLAMENTO PODE AUMENTAR A VELOCIDADE NA NATAÇÃO.

Através de antigas pesquisas, Coulsilman (1955) indicou que posições "chapadas" criavam menos arrasto de forma. A partir daí, muitos nadadores e treinadores acharam que deveriam manter o corpo o mais plano possível durante os nados crawl e costas. Contudo, não poderiam estar mais enganados.
Por mais que o atleta queira, devido ao movimento alternado dos braços, em que um sempre está se deslocando para baixo na água, enquanto o outro está indo para cima, o nadador só tem duas opções: rolar ou serpentear.
Como o atleta está suspenso na água, ele é naturalmente tracionado para um lado e para outro por esses movimentos verticais dos braços.
Se o nadador quiser brecar o movimento natural de rotação permanecendo com o corpo chapado, irá serpentear, gerando mais arrasto.
São 3 os motivos que fazem com que o rolamento aumente a velocidade na natação:
1 - Por colocar os braços em melhor posição para a geração de força propulsiva;
2 - Por permitir as pernadas diagonais, o que ajuda a estabilizar o tronco durante os movimentos alternados dos braços;
3 - Por minimizar os movimentos laterais do tronco e os movimentos laterais excessivos das pernas.
Abaixo, umexcelente vídeo de costas do nadador Ryan Lochte que nos mostra este nado de vários ângulos, inclusive o rolamento.



Até mais.

POSTAGEM NÚMERO 100!


Hoje estamos comemorando a postagem de número 100! Será a que fala como o rolamento pode aumentar a velocidade na natação. Quando comecei este blog eu e outras pessoas estávamos meio inseguros porque achávamos que não haveria tanto assunto assim para um blog exclusivo para técnica de nado, que não falasse sobre competição, motivação e coisas relacionadas ao treinamento da natação, pelo jeito, estávamso enganados, ainda há muita coisa para ser escrita aqui e espero que vocês continuem gostando de acessar e ler este diário.
Obrigado a todos.
Um grande abraço!
MIXIRICA

sábado, 20 de setembro de 2008

EDUCATIVO PARA SAÍDA

Não basta só saber nadar, tudo começa com uma boa saída!

PESQUISA!


Gostaria de conhecer mais o público que está acessando este blog, então por favor, responda a pesquisa na barra lateral , é rapidinho!

Obrigado.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

ARRASTO DE FORMA

Este tipo de arrasto é um produto das formas que o corpo do nadador assume ao se deslocar por meio da água.
A redução do arrasto de forma depende da permanência do corpo na posição mais horizontal possível em relação ao nível da água, sem que ocorra uma diminuição na força propulsiva.
Os nadadores devem estabelecer um meio-termo para que dêem pernadas suficientemente profundas para a propulsão mas não tão profundas a ponto de aumentar a área ocupada por seu corpo na água.
Nos nados de peito e borboleta é importante que para respirar, o nadador não faça movimentos verticais excessivos.
Na figura 1 vemos bons e maus alinhamentos do corpo para os 4 estilos de nado.



O arrasto também é aumentado quando os nadadores dão pernadas demasiadamente profundas (peito e borboleta) ou como se estivessem pedalando (crawl e costas), como ilustrado na figura abaixo:



Movimentos laterais excessivos do corpo (movimentos serepenteantes) são outro fator de aumento de arrasto, pois empurrarão a água para frente e para os lados, movimentando mais moléculas de água e rompendo mais lâminas de água.
Estes movimentos serpenteantes, que podem surgir nos nados crawl e costas podem ser desfeitos com a introdução do rolamento.
Movimentos serpenteantes podem ser vistos na figura abaixo, onde os nadadores do lado esquerdo apresentam uma boa posição de nado tanto para o crawl (visto de cima - esquerdo superior) quanto para o costas (visto de baixo - esquerdo inferior), o que não acontece para os nadadores do lado direito para os mesmos estilos.


Até mais.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

TIPOS DE ARRASTO

Existem 3 categorias de arrasto:
1 - Arrasto de forma - Causado pelo porte e pela forma dos corpos dos nadadores em seu deslocamento propulsivo na água;
2 - Arrasto de Onda - Causado pelas ondas que são geradas pelos nadadores;
3 - Arrasto Friccional - Causado pela fricção entre a pele dos nadadores e as moléculas de água que entram em contato com a pele.
Nos próximos posts explicarei cada uma delas e como fazer para diminir sua ação.

PESQUISA!


Para ter uma visualização do público que está acessando o blog, gostaria que vocês respondessem a pesquisa da semana.
Obrigado.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

O QUE OS PROFESSORES DE HOJE DEVEM ENSINAR AOS ATLETAS DE AMANHÃ.


Depois de uma excelente apresentação da natação mundial nas últimas Olimpíadas, o que podemos tirar de conclusões para as próximas gerações de nadadores e o que os professores e técnicos de hoje devem ensinar aos futuros atletas de amanhã?

Quem responde é Coach Alex Pussieldi, no site bestswimming.com.br.

1 - A saída do bloco, a partir de agora, definitivamente será a de atletismo, ou seja, com um pé à frente do outro;

2 - Maiô e sunga são coisas do passado, para atletas internacionais, os body suites são os preferidos;

3 - o trabalho de hipóxia deverá se tornar mais forte e obrigatório nos treinamentos, nadar 50 livre respirando, não vai mais acontecer;

4 - Natação é na linha da água e não existe mais sobe e desce ou nado profundo;

5 - A recuperação do braço de peito deve ser o mais acelerada possível;

6 - Quem não for bom de submerso ficará para trás;

7 - Os nadadores de fundo também batem as pernas, não existe mais nadadores de fundo com pernada 2 e 4 tempos, todos os finalistas nadaram com pernada 6 tempos;

8 - As provas de 400 metros devem ser feitas de forma negativa, ou seja, fazenda a segunda metade mais forte que a primeira;

9 - O corpo responde da forma como preparamos ele; muito se falou das finais pela manhã - os treinamentos foram adequados à situação e os resultados apareceram.


Para ler o artigo original escrito pelo Coach Alex, clique aqui

EFEITO DA VELOCIDADE NO ARRASTO


A conseqüência imediata do aumento da velocidade de um nadador, também é o aumento da fricção e da turbulência e, no final, do arrasto. O efeito da velocidade é tão potente que o dobro da velocidade de progressão irá quadruplicar o arrasto.
Mora aí a importância de se saber ritmar uma prova, já que o atleta que souber nadar a primeira metade de uma prova com menor desgaste do que outro atleta em igual velocidade, deverá, no final vencer a prova pois estará menos cansado do que seu oponente. Não passa pela cabeça de nenhum atleta se preocuar a tal ponto com a redução do arrasto que faria com que ele nadasse em ritmo lento e perdesse uma prova só para não sofrer o efeito do aumento da resistência em função da velocidade, por isso a importância em se saber ritmar o nado e manter uma boa posição do corpo em relação à água, para que o efeito da velocidade seja o menor possível.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

CARACTERÍSTICAS DOS NADADORES QUE AFETAM O ARRASTO (continuação)

Se considerarmos a orientação do corpo em relação à água, habitualmente o arrasto aumenta quando os nadadores estão menos horizontais com referência à superfície da água ou quando fazem movimentos muito sinuosos, já que em ambos os casos aumenta o tamanho do corpo na água , movimentando mais moléculas e, com isto rompendo mais lâminas de água (fluxo laminar) para sua passagem.

O espaço que os nadadores ocupam na água tem componentem horizontais e laterais. O horizontal refere-se à profundidade de seu corpo. O lateral refere-se ao espaço que ele ocupa de um lado para outro.

O nadador na figura "a" abaixo ocupa menos espaço que o da figura "b" porque seu corpo inteiro permanece quase que horizontalmente com a superfície. Para se mover, ele rompe um número menor de lâminas de água. O nadador "b" mantém sua cabeça numa posição muito elevada, o que faz com que suas pernas afundem e desloquem uma quantidade maior de moléculas de água, causando por sua vez, um arrasto muito maior que o nadador "a".


Os nadadores devem tentar manter-se na posição mais horizontal possível ao se deslocarem por meio da água.

Entretanto, tentar permanecer na posição mais horizontal possível, pode diminuir a força de propulsão, já que a posição do corpo do nadador muda ao longo de cada ciclo de braçada.

Para que possam nadar rapidamente, os atletas devem balancear a necessidade de ficar na posição horizontal com a de aplicar a força propulsiva.

Conseguir o equilíbrio exato entre posição e força propulsiva é o trabalho do professor/técnico visando a melhora do seu aluno/atleta e aqui no blog você já encontra e terá ainda mais dicas e técnicas para atingir este equilíbrio em todos os estilos.

Até mais.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

III CURSO DE TÉCNICA DE NADO


As negociações para o local já estão bem adiantadas e logo mais colocarei todas as informações aqui no blog, aguardem!

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

CARACTERÍSTICAS DOS NADADORES QUE AFETAM O ARRASTO.



Existem 3 fatores considerados os mais importantes na responsabilidade pela turbulência criada pelos nadadores (1) a forma que os nadadores apresentam à água, (2) a orientação do seu corpo na água e (3) a velocidade de movimento.


Com relação à forma, os objetos afilados criam menor resistência se comparados aos objetos com cantos "qaudrados". A figura abaixo mostra esse efeito. enquanto a figura "a" permite que as moléculas de água se desloquem de forma gradual, rompendo poucas lâminas de água, a figura "b" faz com que as moléculas voltem de encontro à parede de água quebrando várias lâminas ao mesmo tempo e causando muita turbulência.


Da mesma forma, no lado oposto, a extremidade alongada da figura "a" permite que as moléculas de água preencham mais rapidamente o buraco deixado pela passagem do objeto, já na figura "b", este tempo será mais demorado e a zona de baixa pressão será muito maior, tracionando o objeto para trás.


Deve ter ficado óbvio pela análise das imagens que a forma ideal para a redução do arrasto é a de um projétil (ou de peixe).


Infelizmente, em comparação com os peixes, o corpo humano é mais largo e possui superfícies mais aplainadas. Além disso, os nadadores não podem manter-se numa posição estática ao se deslocarem na água. Eles mudam constantemente de posição, apresentando diversas formas diferentes ao fluxo de água que avança. Apesar disso, os mais rápidos mantêm as posições mais hidrodinâmicas, à medida que vão assumindo essas formas variadas; os mais lentos não conseguem fazê-lo.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

FLUXO LAMINAR e TURBULENTO

A água é composta por moléculas de hodrogênio e oxigênio que flutuam em correntes regulares e contínuas até o momento que encontram um obketo sólido que interrompe seu movimento. Essas correntes são compactadas umas sobre as outras, da onde surge a expressão "fluxo laminar".

A "turbulênica" da água nada mais é do que a interrupção deste fluxo. As moléculas de água separam-se das suas correntes laminares, repicando umas nas outras em movmentos aleatórios. As moléculas que se tornaram turbulentas irãoinvadir outros fluxos, criando um padrão crescente de turbulência, que é visível na superfície, como borbulhas.

À medida que um nadador avança para a frente, seu corpo abre um "buraco" para sua passagem, quebrando os fluxos laminares, fazendo as moléculas repicando em várias direções e carregando algumas em decorrência da fricção da água com o corpo.

A turbulência continua até que o corpo do nadador tenha ultrapassado determinada seção de água. Depois disso, a água voltará a ocupar o espaço deixado atrás do nadador e o fluxo laminar será restabelecido.

No deslocamento do nadador, as áreas turbulentas à frente e nas laterias do corpo exercerão uma pressão maior do que a área atrás do corpo, onde o buraco aina não foi preenchido. Esse diferencial de pressão irá reduzir a velocidade de progressão do nadador, porque enquanto a água não preencher completamente o espaço deixado pela passagem do corpo, haverá uma área semelhante a um vácuo parcial, diminuindo muito a pressão nesta área. O termo dado a este local onde poucas moléculas estão turbilhonando freneticamente é correntes de turbulência.

A combinação entre o aumento da pressão à frente do nadador e a diminuição da pressão atrás do corpo, aumenta a diferença de pressão entre as duas áreas, diinuindo a velocidade do deslocamento do corpo na água.

Na prática, o que acontece é que a água à frente do nadador (grande pressão) o "empurra' para trás, enquanto que o "vácuo parcial" atrás do atleta (pequena pressão) o "puxa" para trás.

O arrasto enfrentado pelo nadador é diretamente proporcional à quantidade de turbulência por ele criada e, quanto maior a turbulência, maior a diferença de pressão e maior a dificuldade em se locomover para a frente. Por outro lado, quanto menor o arrasto, menores as correntes de turbul~encia e menor a resistência ao avanço do corpo.

Isto explica porque um atleta que nada atrás do outro na raia faz tempos menores com menor gasto energético. O primeiro nadador enfrenta grande pressão para quebrar o fluxo laminar à frente do seu corpo, já o segundo não tem este problema e na da na 'esteira" deixada pelo líder, que cria um sistema de sucção que puxa para a frente o nadador que está na segunda posição. Dessa forma, o que vai atrás é capaz de manter sua velocidade com menor esforço.

Só um lembrete aos competidores: na hora da prova, não vai ter ninguém para nadar na sua frente na raia!

Até mais.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

RESISTÊNCIA


Venho falando sobre técnica de nado, correção e educativos, mas nos próximos artigos vou dedicar espaço a u pequeno detalhe que faz uma grande diferença na natação: a ÁGUA.

A água oferece um efeito retardador muito profundo nos objetos que se deslocam por meio dela. Ela é 1000 vezes mais densa do que o ar e, assim, quando o corpo "empurra" para a frente contra ela, ela "empurra" o corpo para trás. O termo para resistência da água aos movimentos do nadador é ARRASTO.

Nós temos duas formas de fazer um nadador se deslocar mais rapidamente pela água: aumentando sua força propulsiva ou diminuindo a força de arrasto (ou uma combinação das duas coisas).

Para se aumentar a força propulsiva, é necessário um trabalho de melhoria técnica (mecânica) dos movimentos e um treinamento para aumentar a potência do nado. Esse processo pode levar várias semanas, já o ARRASTO pode ser reduzido em poucos minutos mediante uma orientação diferente do corpo.

A compreensão dos modos em que o arrasto pode ser diminuído, precisa, primeiramente, que tenhamos conhecimento das características do fluxo da água, tema que começarei a tratar a partir da próxima postagem.

Até mais.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

PERNA DE CRAWL

Encontrei este vídeo de perna de crawl e resolvi colocar aqui no blog porque dá para ver várias coisas:
1 - o trabalho de rolamento dos quadris;
2 - a pouca flexão dos joelhos mostrando bem o trabalho das coxas;
3 - a importância da flexibilidade dos tornozelos;
4 - o tamanho ideal da pernada
5 - e até o trabalho de finalização da braçada munto à coxa com o braços estendido.

É realmente um vídeo bem legal e interessante.
Até mais.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

III CURSO DE TÉCNICA DE NADO


Bom pessoal, estou à procura de um local adequado para o curso e acredito que até o final da semana, no mais tardar, semana que vem, já terei a resposta, então darei mais detalhes sobre o curso, aguardem!

domingo, 7 de setembro de 2008

PARA RIR!

Fim de semana, hora de ver os videozinhos das coisas imbecis que podemos fazer perto da água. divirtam-se!

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

COMO O VINHO...


Em mais um artigo sobre natação, a Folha de São Paulo, agora traz o tema longevidade, dizendo que com a melhora da técnica dos nados e dos treinamentos, os nadadores mais velhos conseguem melhorar sua velocidade. Valer a pena conferir.


PISCINA COM HISTÓRIA


Nadadores melhoram rendimento à medida que envelhecem quando técnica é aperfeiçoada com o tempo.
LIZ ROBBINS DO "NEW YORK TIMES"

Dara Torres, a nadadora olímpica de abdome escultural aos 41 anos, obteve três medalhas de prata em Pequim e provou que, para os atletas de elite, envelhecer não quer dizer perder velocidade na água. E mesmo fora das fileiras de elite, os nadadores com 40 anos ou mais obtêm velocidades mais altas hoje do que seus predecessores alguns anos atrás.
Pesquisadores da Universidade de Indiana constataram que a população de nadadores master, composta por 42,5 mil atletas entre 18 e mais de 100 anos, se tornou mais rápida na água nos últimos 20 anos, e isso em todas as faixas etárias dos 25 aos 55 anos, de acordo com Joel Stager, diretor do estudo."A técnica supera o condicionamento", diz Stager. "A água é um equalizador". A razão para tanta velocidade é a mecânica melhorada das braçadas e os métodos de treinamento que enfatizam a intensidade. À medida que envelhecem, as pessoas perdem massa muscular e capacidade cardiovascular, com declínios da ordem de 1% a 1,5%. Mas, para quem se exercita regularmente, o ritmo de declínio é mais lento. Os nadadores compensam a perda porque a água responde à proficiência técnica e porque o esporte não envolve arcar com peso. "As pessoas são capazes de se tornarem mais velozes, a despeito de serem 10 ou 20 anos mais velhas do que quando começaram", diz Stager.
Técnicas de braço e mão Stanley Shechter, 75, ainda tenta dominar o golfinho (movimento subaquático com as pernas que dá velocidade ao atleta e agora é permitido nas competições), mas encontrou um movimento alternado com as pernas que lhe parece mais efetivo. Shechter, que integra uma equipe master em Nova York, descobriu, além disso, que o posicionamento das mãos durante o mergulho pode ajudar a reduzir os tempos. Quando mergulha, ele posiciona as mãos uma sobre a outra, com os dedos unidos para evitar o arrasto, da maneira que lhe foi ensinada por Patrick Cantrell, o seu técnico. Shechter estende os braços, mantendo-os perto dos ouvidos, e mantém a posição, sob a água. "É difícil manter os braços estendidos por tanto tempo", diz. "Mas funciona."O nadador atribui sua melhora aos cinco dias semanais de treino, ainda que ele se cuide para não forçar.
A abordagem também representa um método derivado do empregado pelos atletas de alto desempenho. Técnicos e nadadores descobriram que menos pode ser mais, especialmente para eventos com distância máxima de 100 metros. Em 2003, Shechter fez tempo de 1min23s46 nos 100 metros livres do torneio nacional de masters. Em maio, venceu a categoria 75 a 79 anos das 100 jardas (cerca de 91 m) em 1min12s67.
Voltando o relógio nem todo nadador com mais de 40 anos é capaz de bater recordes. Para muitos, manter a forma é o que mais importa. Andy Weiss tem cabelos brancos espessos e uma cicatriz de cirurgia de ponte de safena no peito, mas não aparenta seus 87 anos. "Muita gente me chama de maluco", diz Weiss, que nada três vezes por semana, uma hora por dia. "Sinto-me maravilhoso após nadar". Ele conquistou duas medalhas de ouro e uma de prata no campeonato nacional norte-americano de maio, mas diz que o que o atrai é o poder revitalizador da água. Suas dicas para melhorar? "Não fume, encontre um bom técnico, durma o suficiente", afirma, antes de acrescentar, rindo: "E não fique velho".
A idade não prejudicou Marie Kelleher. Ela nada quatro dias por semana na Virgínia, registrando 800 metros por dia em estilos alternados. Aos 95 anos, ela venceu sua categoria etária no torneio regional de masters em fevereiro, com tempo de 3min02s75 para as 100 jardas em estilo livre. "Comecei a nadar porque queria manter a forma", conta. "Enquanto conseguir ir de carro à piscina, continuarei nadando". Ela ficou impressionada, se bem que não exatamente inspirada, com os resultados de Torres em Pequim. "Qual é a idade dela, mesmo?", perguntou. Quando informada de que a nadadora tinha 41 anos, ela riu e disse: "Bem, tenho mais que o dobro dessa idade".
Tradução de PAULO MIGLIACCI


Para ver o artigo, clique aqui
Até mais.

PARA DURAR MAIS...


Mais um bom artigo da folha de São Paulo, no caderno Equilíbrio.

Para durarem, acessórios de natação devem ser lavados após treino
da Folha de S.Paulo

Os apetrechos mais usados na natação --touca, óculos e maiô-- podem mais atrapalhar do que ajudar se estiverem frouxos ou embaçados. Para evitar o transtorno, é possível seguir algumas dicas e mantê-los úteis por mais tempo.

Os óculos devem ser lavados depois do uso somente com água --xampu e sabão podem remover a película antiembaçante do produto. Também não se deve forçar demais as tiras de borracha.

Roupas de banho feitas de lycra e elastano são as que mais sofrem com o cloro e outros agentes químicos usados para tratar a água da piscina: com o tempo, as fibras se afrouxam. "Quem treina com freqüência pode substituí-las por peças de poliamida e poliéster, mais resistentes", diz Tagli Henrique Barsotti, gerente de treinamento da Speedo. Em todos os casos, ele sugere lavar com sabão neutro, não torcer nem levar à secadora e, no caso das de lycra, não pendurar no varal.

As toucas de tecido têm mais elasticidade, mas menor durabilidade e, por isso, vêm sendo substituídas por aquelas de silicone, que requerem uma boa lavagem somente com água e atenção a objetos pontiagudos para durar mais.

Se for possível escolher, prefira as piscinas tratadas com ozônio, que contêm níveis consideravelmente reduzidos de cloro e afetam menos as roupas. As salinizadas causam desgaste semelhante ao das tratadas com cloro, o que também ocorre com a água do mar.


Para ver a reportagem, clique aqui

3 EDUCATIVOS PARA CRAWL

Abaixo um vídeo com 3 educativos para o nado crawl com explicações do técnico (em inglês). Apesar de eu não gostar um pouco da técnica da nadadora, os educativos são interessantes e nos ajudam a variar nossas aulas e treinos.
Até mais.

PARA QUEM DÁ AULAS PARA BEBÊS...


Este vídeo é para os professores que dão aulas para bebês, sei que as atividades que este professor faz são bem básicas e feitas por todos nós, mas sempre é bom ver o que as outras pessoas estão fazendo nas aulas. Este professor é da Austrália.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

TUDO O QUE É DEMAIS, É DEMAIS!


Hoje, estava tomando sol num raro momento de ócio e, como sou professor de natação, comecei a reparar nas pessoas nadando. Em determinado momento, não pude me conter e parei um rapaz que estava nadando com palmares, fazendo educativo, porém de forma errada. Não sei se ele gostou muito, mas perguntei se poderia dar umas dicas sobre seu estilo. Corrigi um pequeno detalhe na braçada, ele me perguntou sobre a pernada, dei uma olhada...olhei de novo a braçada e resolvi encerrar o assunto antes que o rapaz me mandasse passear! Mas não é esse o problema, muito menos o assunto, o problema é que o rapaz estava nadando com palmares; na raia ao lado, outro senhor também com palmares, uma senhora com nadadeiras e um senhor com 1 - nadadeiras de mergulho 2 - palmares 3 - um cinto com abas laterais - e todos, sem exceção, nadando de forma equivocada.
Já coloquei aqui no blog uma matéria da Folha de São Paulo sobre este assunto (procura que é muito legal), sobre a necessidade das pessoas em utilizar material, na certa com a sensação de facilidade que os materiais proporcionam, mas sem a preocupação de nadarem corretamente, pois é sabido que o material utilizado de forma errada, traz mais malefícios do que benefícios ao corpo.
Para encerrar, este rapaz me perguntou se eu tinha algum lugar para indicar, que tivesse a real preocupação em corrigir a técnica dos nadadores - eu só conheço uma pessoa, e você conhece quantas?
Até mais.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

CRAWL KAYAK - ALEXANDER POPOV

Um leitor do blog me pediu que falasse sobre o crawl "kayak" de Alexander Popov.
Este estilo se caracteriza por uma braçada mais reta, mas sempre com o cotovelo alto, e talvez mais curta na sua finalização.

Ernest Maglischo, o primeiro a apresentar o novo “crawl kayak”, defendeu que este estilo era mais rápido e eficiente, e dava muita ênfase ao fato de se manter o cotovelo alto em todo o trecho da braçada. Quando este estilo foi apresentado, muita polêmica foi criada . Acusado de “inventor”, alguns biomecânicos disseram que Maglischo não tinha nenhum embasamento científico para sua explanação. A polêmica se arrastou por vários meses e o boletim da ASCA (Associação Americana de Treinadores de Natação) publicou as visões de ambos os lados sem dar o seu parecer final.

Abaixo, um vídeo detalhado sobre o estilo com seu mais famoso representante, o russo Alexander Popov.




Até mais.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

"ME DÊ O ATLETA QUE EU LHE DAREI A TÉCNICA" - Jack Nelson

Hoje, enquanto pesquisava artigos sobre o crawl "kayak", para atender a um leitor do blog, encontrei este artigo do excepcional Coach Alex Pussieldi (http://www.bestswimming.com.br/).

É um artigo de 2003, que fala da importância da indiidualidade do atleta e de se adequar o estilo ao nadador e não o contrário. É uma leitura agradável e, no meu ponto de vista muito importante e esclarecedora, vale muito a pena ler. O artigo está no post abaixo.



Coach Jack Nelson e Coach Alex Pussieldi

Até mais.




QUAL A TÉCNICA CORRETA? QUAL O ESTILO CORRETO?




Alex Pussieldi
Publicado em 01/07/2003


QUAL A TÉCNICA CORRETA? QUAL O ESTILO CORRETO?
Artigo técnico do Coach Alex Pussieldi a respeito das variações de nado por diferentes nadadores com sucesso em performance.

Sempre que começo uma clínica eu gosto de fazer uma brincadeira com os participantes da mesma. Convido três pessoas do auditório para virem a frente e seleciono-as pegando um mais gordinho e grande, um de porte médio, e um baixo e magro. Na frente ofereço aos três um presente, normalmente uma camisa do Fort Lauderdale Swim Team como brinde mas eles precisam vesti-las ali mesmo sobre as próprias camisas.

Intencionalmente entrego a camisa tamanho "P" ao mais gordinho, a média ao de porte médio e a "GG" ao mais baixinho. Insisto para que vistam a camisa e digo que só vão levar a camisa se realmente vestirem ela lá na frente da platéia. Apenas o de tamanho médio está livre das dificuldades no vestimento da camisa. A situação é divertida e até embaraçadora. Ao final das inúmeras risadas e tentativas, finalmente eu entrego as camisas dos tamanhos "exatos" aos participantes que voltam aos seus lugares comemorando os prêmios recebidos.

A brincadeira serve para quebrar o gelo e inciar a palestra trazendo um tema importantíssimo: "NEM TODA CAMISA SERVE EM QUALQUER CORPO". Todas as camisas são tecnicamente iguais, fabricadas com a mesma tecnologia, mesma cor, mesma textura, mas elas não se adaptam a qualquer corpo por uma simples (ou complexa) razão: nem todos tem a mesma estrutura física.

Tal tipo de brincadeira e conclusão abre uma discussão que faz parte de uma tese que defendo em minhas palestras: "Nem toda técnica pode ser absorvida por diferentes nadadores". Ou seja, determinados padrões podem servir para determinado nadador mas jamais servirão para todos os nadadores.

É muito importante que você entenda este processo até para que você possa ter mais sensibilidade e até habilidade em conseguir observar que determinados tipos de técnicas podem ser adicionados em determinados nadadores mas não em todos.

Essa é a razão porque determinados nadadores conseguem nadar crawl com o braço extirado na recuperação aérea (Michael Klim, Austrália), e outros com o cotovelo alto (Ian Thorpe, Austrália), e ambos tem sucesso. Da mesma forma, alguns nadam o peito moderno ondulado (Ed Moses, USA) e outros conseguem seus melhores resultados com o peito mais tradicional antigo (Domenico Fioravanti, Itália) e também com performance para ambos.

Os exemplos poderão ser centenas e sempre encontraremos variantes para resultados de expressão em diferentes técnicas, características e posturas não só no nado propriamente dito, mas na posição do corpo na água, na saída, entrada e execução de virada e chegadas.

Lembro do falecido Rômulo Arantes, uma das maiores glórias da natação brasileira, que numa viagem juntos a Colômbia como treinadores da Seleção Brasileira Juvenil me revelou que gostaria de escrever um livro revelando as inúmeras variações de trabalhos de treinadores e mesmo que trabalhando de forma diferente todos conseguiam resultados positivos.

Essa discussão só serve para você treinador pensar e ver que não faz sentido simplesmente assistir um nadador de expressão fazer algo diferente para que você passe a repetir amanhã com seu jovem campeão em formação. Você precisa estar ciente que isso pode ou não dar resultado e essa adaptação dependerá da prática, da assimilação mas acima de tudo das características do nado de cada um.

Lembro de Gennadi Touretski, treinador russo, que estava anos radicado na Austrália. Ele conseguiu ter em determinada época o recordista mundial dos 50 livre, o russo Alexander Popov nadando em um crawl com o cotovelo alto na recuperação mas uma finalização curta, o chamado "crawl kayak", e também o recordista mundial dos 100 livre, o australiano Michael Klim, nadando em um crawl com a recuperação aérea do braço completamente extendido.

Como pode isso? Dois estilos totalmente diferentes de características diferentes e pelo mesmo treinador diariamente? Sim, e o melhor de tudo: com grandes resultados, ou você conhece algo melhor do que recorde mundial?!?

Habilidade e conhecimento do treinador Touretski e principalmente sensibilidade em reconhecer que as técnicas diversas se adaptaram melhor nos diferentes corpos. Já pensou que tipo de orientação Touretski diria no treino: "Levante o cotovelo Alex, extenda a mão alta Michael, finalize até o final Mike, ei Alex faça a sua remada de kayak mais curta...".

Entre inúmeras variações de técnica, algumas características de nado são indiscutíveis, ou melhor, de valores técnicos e propulsão mais efetiva e que devem ser utilizados por todos. Exemplo: a posição do cotovelo mais alta na puxada do crawl. Você tem nadadores que nadam puxando a braçada em "S" (Anthony Ervin, USA medalha de ouro nos 50 livre em Sidney), ou puxando ela reta (Grant Hackett, Austrália medalha de ouro nos 1500 livre também em Sidney). Porém, ambos têm a posição do cotovelo alta durante toda a ação da puxada.

Podemos citar algumas outras variações de opção técnica e todas com sucesso, algumas delas colocaremos exemplos para comprovar o resultado de alto nível pelos atletas:

· Uso do giro do quadril no nado crawl (Fernando Scherer, Brasil), rolamento do ombro sem muito uso do quadril (Gustavo Borges,Brasil).
· Saídas de atletismo nas provas de velocidade, saídas convencionais nas provas mais longas.
· Finalização da braçada de costas junto ao quadril (Aaron Peirsol, USA), finalização da braçada um pouco mais afastada (Lenny Krayzelburg, USA).
· Pernada de 6 tempos para fundista (Ian Thorpe, Austrália) ou pernada de 2 tempos para fundista (Brooke Bennett, USA).
· Borboleta com uma respiração a cada ciclo de braçada (Michael Phelps, USA) ou a cada 2 ciclos (Tom Malchow, USA).

Tais variações não param de vir a nossa mente se começarmos a pensar e relacionar como a virada de costas para o peito no medley (normal ou com cambalhota), respiração unilateral, bilateral ou até como o húngaro campeão mundial dos 400 medley Tamas Darnyi fazia respirando para os dois lados no mesmo ciclo de braçada, você lembra? E o nado borboleta que com o ex-recordista Michael Gross na década de 80 era longo e finalizava lá trás e com muitos hoje em dia é curto e finaliza na altura do calção!

Esta lista não terminaria nunca, e também não é o tema principal de nossa discussão aqui apresentar as diferentes técnicas que dão resultados. Nosso objetivo é mostrar que não adianta você pegar diferentes técnicas colocar dentro de seu nadador com a certeza de que irá dar certo. Não é uma vitamina aonde colocamos diferentes ingredientes dentro de um liquidificador batemos e é só tomar. Muito longe disso.

O treinador que se preze terá de pesquisar, estudar e acima de tudo experimentar. Ter coragem para isso é muito importante. Talvez por isso em nossa profissão nunca jamais poderemos parar de estudar e pesquisar, isso deve fazer parte de nossa rotina diária de atualização. Ignorante (aquele que ignora o conhecimento segundo o próprio Aurélio) será aquele que desconhecer a constante atualização, pesquisa e estudo como forma de melhorar o seu trabalho.

Me lembro muito bem que em 2000 eu estava a escrever um de meus primeiros artigos ("O Novo Crawl") e tive do treinador americano Jack Nelson a melhor definição para esta discussão. Eu lhe perguntava sobre qual seria a melhor técnica de crawl, já que discutíamos a nova posição do nado, a puxada reta, recuperação aérea, posição da cabeça mais baixa, enfim tudo que está descrito no artigo e que me fazia questioná-lo: "Qual a melhor técnica?". A resposta do experiente Jack Nelson (então com 69 anos, dos quais 49 de natação) foi a mais esclarecedora possível: "Me dê o atleta que eu lhe dou a técnica".

O raciocínio de Jack Nelson é o mais perfeito possível. Ver as características físicas de seu atleta, tempo de treinamento, história em treinamento, possibilidades de desenvolvimento, enfim tudo o que se relacionar ao mesmo é que irá lhe dar a oportunidade de utilizar determinada técnica ou não. Bom treinador será aquele que for capaz de identificar que técnica específica servirá e se adaptará ao mesmo.

Este artigo vai servir para duas coisas, uma que a partir de hoje você treinador irá pensar e pesquisar melhor cada técnica e observação que fizer (por isso é tão importante estar em grandes competições e clínicas). Tal tipo de observação combinada com o conhecimento seu sobre o seu atleta irá lhe dar a conclusão de qual técnica será melhor assimilada por ele.

A segunda é que a partir de hoje vou ter de pensar em uma nova brincadeira para as minhas clínicas, pois essa das camisas trocadas já não vai ter mais graça pois todo mundo já vai ler aqui neste artigo.

Sucesso a todos!!!!


COACH ALEX PUSSIELDI
Head Age Group Coach Fort Lauderdale Swim Team

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

NOVO CURSO!


Pessoal, estou montando meu novo curso, destinado à estudantes de Educação Física e Professores de Natação. Serão apenas 40 vagas. Caso haja interesse, faça sua pré-reserva sem compromisso mandando um e-mail para rogerionocentini@gmail.com.
Logo mais, colocarei maiores detalhes do curso e mandarei o programa com o preço e o local para o e-mail das pré-reservas.
Até mais.