Tenho duas filhas e uma começou a competir em provas de natação. Agora vivo o outro lado do esporte, o lado do pai. Há algum tempo, um amigo meu, Prof. Mauricio de Oliveira disse que se tornou um professor melhor depois do nascimento da sua filha. Posso dizer o mesmo. Hoje sou um professor e um profissional muito melhor depois do nascimento das minhas filhas e depois do ingresso delas no mundo esportivo.
Hoje sou mais paciente, mais profissional e respeito mais o tempo das crianças, mas também sou mais exigente com as pessoas que trabalham com elas, por isso me tornei mais exigente comigo mesmo.
E agora, vou às competições não como técnico, mas como pai. Fico nervoso, torço muito (tudo bem, que também faço isto como técnico), mas certamente é diferente.
O mais legal e interessante é ter que equilibrar o lado PAI com o lado TÉCNICO. Torço mas não posso me exceder, vejo os erros mas não posso "matar o técnico" nem minha filha quando é ela quem erra. Tenho que lembrar dos óculos, da touca, mando aquecer fora da piscina, se agasalhar, filmo, tiro fotos, grito, fico muitas vezes alegre e às vezes decepcionado, mas tenho que segurar a onda e falar a coisa certa àquela garotinha, ou seja, tenho que agir com minha filha da mesma forma que peço para os pais dos meus atletas agirem com eles. O bom é que acho que em todos estes anos meu pensamento está correto e não peço nada de mais ou impossível para os pais dos meus atletas.
De qualquer modo, está sendo uma experiência sensacional. Quem tem filhos vai entender, quem não tem, um dia passará pela experiência e certamente crescerá muito.
Vamos ver como a coisa vai ficar a partir de agora que a coisa está ficando um pouco mais séria, vejamos quem vai ganhar, o PAI ou o TÉCNICO!