Continuando com minhas impressões dos Estados Unidos, acho que uma coisa que faz com que os técnicos brasileiros estejam entre os melhores do mundo (minha opinião), é a mesma coisa que enfraquece nossos atletas - o paternalismo.
Ser paternalista, é se dedicar, dar muita atenção, procurar resolver todos os problemas dos alunos e se importar de verdade com o bem-estar e todas as condições de trabalho deles. É assumir responsabilidades por erros, tentar poupá-los de qualquer coisa que não seja agradável, gostosa ou bonita. Isto nos faz profissionais bem quistos pelos alunos, pais e pessoas em geral. Porém, ser paternalista, impede que nossos atletas entendam que a vida de um nadador, jogador, remador, corredor, ou seja, a vida de qualquer atleta é muito difícil. Nossos esportistas, de um modo geral, não entendem que na hora da disputa, são eles quem decidem e são eles que devem dar o máximo de si.
Estamos acostumados a achar desculpas para tudo, desde o "batom da sorte" que não funcionou, até a piscina que "não era boa", mas nunca, nunca a culpa está aonde deveria estar - na falta de treino, na falta de dedicação, no planejamento equivocado, entre outras coisas.
Venho conversando sobre isto com alguns colegas e todos concordam, mas a mudança é muito complicada, ainda mais para nós, latinos de "sangue quente" e coração mole. Algo claro para mim, nos Estados Unidos foi isso - o esporte é a lei da selva, quem aguenta mais, chora menos. Quer, quer, não quer, tchau. Você é o responsável pelos seus resultados, ninguém mais.
Claro, passei 6 dias nos Estados Unidos e não posso escrever um livro sobre o esporte americano, mas estas foram as minhas impressões. Com certeza quem está há mais tempo lá e vivenciou ou vivencia este mundo, certamente pode falar mais do que eu e, se eu estiver equivocado, por favor me corrijam.
Até mais.
Um comentário:
Uma pessoa que poderia falar melhor dessa realidade nos Estados Unidos seria Coach Alex Pussieldi!
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