Matéria do Diário de Pernambuco, postada no site Swim it Up!
Matéria bem interessante, que mostra a preocupação das futuras atletas com a questão estética. O problema é que não só os atletas ou os pais possuem esta preocupação. Há alguns dias, tive que fazer uma reclamação contra um estagiário que dizia para algumas alunas não nadarem porque iriam ficar com os ombros largos (postei aqui no blog). Sabemos que para chegar nesse ponto, se chegar, será preciso muito treinamento e uma predisposição física para tal. Por isso é nosso dever alertar aos alunos sobre estas questões, agora, se você quer ser um atleta de alto nível, tem que pagar o preço de tal sonho: músculos, dores, várias decisões, pressão, cuidados e renúncias. Tudo na vida tem um preço e uma satisfação, depende de você o caminho a seguir.
Até mais.
A ESTÉTICA COMO ADVERSÁRIA NAS PISCINAS
Na segunda reportagem da Série, o Superesportes mostra que ficar com ombros largos pode ser uma barreira a mais para nossas nadadoras
Satiro Sodré/CBDA
FLÁVIA DELAROLI, JULYANA KURY, TATIANA LEMOS E MICHELLE LENHARDT
PERNAMBUCO, 25/05/2011 21:10
Swim It Up! Clipping, Diário de Pernambuco
Esta notícia foi reproduzida para fins didáticos. Caso disponível, veja link no final desta página para ver o texto original.
Quando a nadadora Mariana Arnaud vai às compras, ela afirma que, vez ou outra, vendedoras perguntam se ela faz natação. A questão aparece pelo fato de a pernambucana ter o biotipo de quem pratica a modalidade. Mito ou não, é fato que muitas meninas utilizam a questão estética como um fator a mais para desistir da natação. No mundo de hoje, ditado pela regra de que o belo é o magro, essas jovens acabam não querendo fazer o esporte, por acreditar que irão ficar com os ombros mais largos, fora do padrão.
Essa questão estética foi comentada por muitas nadadoras locais que já viram meninas optarem por outro esporte por conta disso. “Não é que a possibilidade de ficar com um ombro mais largo seja um fator decisivo para algumas meninas deixarem de nadar, mas, com certeza, isso acaba sendo um agravante”, disse Arnaud.
Marina Ferreira, 16 anos, Paula Batista, 16 anos, e Gabriela Santos, 15 anos, são três jovens nadadoras pernambucanas que pensam em investir na carreira. A questão estética é algo que elas acreditam pesar na hora de optar pelo esporte, mas que não foi o caso delas.
“Tem menina na minha escola que vive na escova. E elas dizem que não vão nadar porque a água vai estragar o cabelo, o que de fato acontece. Eu mesmo tenho que hidratar o meu cabelo, pelo menos uma vez por semana”, afirmou Marina. A hidratação se estende também para o corpo.“Nossa pele fica muito ressecada e as unhas também. Principalmente quando a gente treina de madrugada e a água está com o cloro mais concentrado”, afirmou.
Sobre a questão corporal, Paula Batista fala que está consciente de que as nadadoras podem ficar com o ombro largo. “Confesso que não acho bonito, mas é algo normal e é uma consequência do esporte. Não me preocupo com isso. O amor que tenho pela natação é superior”, afirmou. E Gabriela ressaltou que nem todas as meninas têm tendência de ficar com o ombro mais largo. “Acho que se as meninas abandonam o esporte justificando essa história do ombro, é pura desculpa. Elas já entram muitas vezes no esporte sabendo dessa possibilidade”.
Conciliar - Vida de atleta não é fácil. É preciso ter disciplina, força de vontade e acima de tudo amor ao esporte. Nem sempre as meninas, na adolescência, estão dispostas a abdicar de certos mimos em prol da natação. Marina, Paula e Gabriela, por exemplo, treinam todos os dias, com exceção do domingo. Quase quatro horas de braçadas ao dia. E mais. Três vezes na semana, elas têm que acordar de madrugada para treinar às 5h.
“Não é fácil, mas dá, sim, para conciliar os estudos, a natação e o namoro”, disse Marina. E Paula acrescentou que sábado é o dia que elas têm para sair com as amigas e se divertir, enquanto que o domingo é o dia de estudos. “O ruim é quando a gente perde aula para competir. A gente tem que ralar muito para pegar o assunto perdido. Mas, tudo se dá um jeito. É só querer”.
Tem cada mulherão na piscina
Mariana Brochado, Flávia Delaroli e Fabíola Molina são três belos exemplos
É verdade que a beleza das nadadoras de uma forma geral não é comparada com as “princesinhas” do tênis. Além do glamour das competições, as beldades das raquetes são muitas vezes comparadas a top models. Mas apesar de algumas jovens terem receio de ficarem com ombros largos e musculatura desenvolvida por conta da natação, o status de beleza que as nadadoras profissionais desfrutam perante o público masculino continua intocado. Por sinal, muitas delas são apontadas como verdadeiras musas do mundo dos esportes. No Brasil, Flávia Delaroli, Fabíola Molina, Tatiana Lemos, Joanna Maranhão e as ex-nadadoras Paula Baracho e Mariana Brochado, dentre outras, são consideradas modelos de beleza e feminilidade.
E, não necessariamente, elas acabam ficando com o corpo “masculinizado”, e, sim, com muitas curvas. “Acho que essa história de fazer natação e ficar com ombros largos acaba inibindo muitas meninas. Mas isso é um mito. Nem todas as mulheres que nadam ficam com as costas largas”, comentou Molina, que, por exemplo, não tem esse suposto biotipo.
A ex-nadadora Paula Baracho comentou que nos dias de hoje toda mulher vai à academia para ter uma musculatura bem definida. “E esse corpo bem definido a nadadora consegue ter, já que a natação é um esporte que trabalha muito a força e, consequentemente, a musculatura”.
Além dos corpos definidos, as nadadoras também demonstram ser muito vaidosas dentro e fora d’água. Elas não deixam de usar protetor solar, sempre estão com unhas pintadas e com o cabelo bem cuidado. Além disso, estão sempre perfumadas e hidratadas, além de algumas não dispensarem um charmoso piercing e tatuagem. Logo, as novas atletas podem ficar tranquilas, pois dá para conquistar bons resultados na piscina, sem deixar de lado a beleza, como mostram as musas das piscinas brasileiras e mundiais.
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