Todos que já leram este blog, sabem que sou defensor ferrenho da técnica de nado crawl com os braços estendidos, então, coloca aqui um bom artigo do Prof. Otavio Graná (Tatá), que está no excelente blog do Clube Paineiras do Morumby - www.paineirasnatacao.blogspot.com.
Eamon Sullivan e a Técnica do “Braço Reto”
Não é novidade para ninguém que temos no Paineiras a filosofia de nadar o estilo livre com os braços estendidos nas categorias menores. Trata-se de um processo pedagógico que tem se mostrado muito eficiente, pois o aprendizado dessa técnica é absorvido pelos nadadores com mais facilidade. Além disso, o sistema cognitivo de nossos jovens atletas absorve um fator técnico de suma importância: nadar grande. A entrada da mão na água se dá no ponto mais a frente possível do corpo, e a saída da mesma, ocorre no ponto mais atrás possível, gerando uma boa finalização. Com o avanço das categorias os nadadores então, dependendo de sua individualidade, vão modificando seu nado para o de "braço dobrado", porém tendo que manter o nado "grande". Cabe a ressalva de que essa técnica, assim como outras, só será eficiente ao nadador esforçado, que busca a cada treino melhorar sua aplicação de força na água e principalmente a aceleração da fase aquática de sua braçada.
Cada vez mais, temos visto nadadores de alto nível aplicando a técnica do “braço reto”.
Há alguns anos atrás, o então nadador australiano Michael Klin, se deparava com um problema em sua carreira: não vinha melhorando significativamente seus tempos nas provas do estilo livre. Foi aí que seu treinador, o russo Gennady, mudou a técnica de nado de Klin, fazendo-o nadar com a recuperação dos braços de maneira estendida. O resultado veio pouco tempo depois: Michael Klin quebrara o recorde mundial dos 100m livre.
Em anos mais longínquos ainda, a norte-americana Janet Evans quebrara o recorde mundial dos 800m livre nadando por toda a prova com braços estendidos. Recorde este que foi um dos que mais perdurou na história da natação feminina.
Nesta olimpíada, não está sendo diferente: vimos a nadadora norte-americana Natalie Coughlin aplicar a mesma técnica para finalizar suas provas de medley. Segundo sua treinadora, esta técnica faz com que a mesma nade de maneira mais econômica, ou seja, com menor gasto energético para o deslocamento, gerando assim mais eficiência de nado.
Ainda nesta olimpíada, há vários outros exemplos, mas destacamos o australiano Eamon Sullivan, que por duas vezes bateu o recorde mundial dos 100m livre: primeiro abrindo o revezamento 4x100m livre com 47”24, e depois nas semi-finais de terça, onde marcou o tempo inimaginável de 47”05. Sullivan nada com braço reto e na minha opinião, talvez na de todos, sagrar-se-á campeão olímpico desta prova. Veremos hoje pela noite. De qualquer maneira é mais uma prova da eficiência desta técnica de nado e como pode-se perceber, tanto em provas curtas como longas.
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