Historicamente, os precussores da iniciação esportiva dos cegos e deficientes visuais foram os profissionais dos institutos, entidades, escolas e associações que realizam atendimentos às pessoas com deficiência.
Porém, com ênfase atual na educação inclusiva (educação esta que praticamos e em que acreditamos), muitos alunos com deficiência visual e cegueira têm participado das aulas de educação física no ensino regular.
Com as modalidades esportivas não tem sido diferente, cada vez mais vemos as pessoas com deficiência participando de atividades esportivas em ambientes regulares. Desta forma, a pedagogia que apresentamos é aquela que propicia ao cego e ao deficiente visual inserir-se em aulas de natação regulares sem a necessidade de turmas específicas.
Para isso, acreditamos que pequenas modificações são necessárias. Uma fundamental é a mudança de atitude do professor em face do aluno com deficiência.
O professor não deve enxergar seu aluno com base em sua deficiência, mais sim nas suas potencialidades, que estão muito além da sua incapacidade de enxergar perfeitamente.
Outro passo importante é ouvir seus alunos. São eles que necessariamente vivem o problema e, muitas vezes, também são eles que dão soluções para nossas dúvidas e dificuldades. Caso isto não seja possível, lembre-se de procurar apoio no ensino especializado e na família da pessoa com deficiência.
A natação, independentemente de ser praticada em um ambiente segregado ou regular, traz ao deficiente visual a possibilidade de:
1 - aproveitar melhor o tempo livre de forma sadia e divertida, evitando o sedentarismo;
2 - ampliar as relações interpessoais por meio de atividades em grupos;
3 - melhorar a condição física geral;
4 - melhorar a coordenação e orientação espacial;
5 - superação pessoal e melhora da auto-estima;
6 - evitar e prevenir doenças secundárias.
O enfoque, quanto à metodologia e pedagogia de ensino a serem utilizadas, dependerá dos objetivos que se pretende atingir e da idade do aluno, pois partimos do pressuposto de que os objetivos gerais da natação podem ser muito diversos, tais como:
reabilitador;
utilitário;
educativo;
recreativo;
social;
competitivo.
Antes de iniciar um trabalho de natação com alunos com cegueira e deficiência visual, o professor deve obter respostas para algumas questões básicas, além de realizar também uma avaliação para determinar o nível atual de desempenho do aluno.
O que o aluno consegue enxergar? Quando (com que idade) ocorreu a perda da visão? Durante que período ela evoluiu? Continua evoluindo? Qual é a patologia? Como eu posso estimular e utilizar o resíduo visual? Existe alguma atividade física contra-indicada? Já praticou a modalidade? Pratica ou praticou alguma outra atividade física? Qual o objetivo que o aluno busca atingir com a prática da natação?
Outra etapa muito importante do processo de iniciação está ligada ao uso correto dos materiais e instalações a serem utilizadas. Antes, contudo, de descrever tais características, devem-se considerar dois fatores:
Quando um cego ou deficiente visual choca-se ou cai, estabelece-se uma relação de medo e insegurança para com o ambiente e para com o professor. Grande parte da informação que o cego recebe chega a ele pelo canal auditivo e tátil – cinestésico.
Para que se faça um bom uso dos principais canais de informação e que se previnam possíveis acidentes, tanto alunos quanto professores devem estar familiarizados com as técnicas de orientação e mobilidade, dentre elas, as técnicas de locomoção com guia vidente e de autoproteção. Estas dicas podem ser vistas nos links abaixo:
Até mais.
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