sábado, 29 de novembro de 2008

OS DEZ MOMENTOS OLIMPICOS INESQUECÍVEIS



Resumo da matéria da Swimming World Magazine edição de agosto de 2008 destacando dez dos mais empolgantes e históricos resultados olímpicos da história.





1) JANET EVANS (USA) vencendo os 400 livre em 1988
Foi uma verdadeira batalha entre americanos e alemães. Um recorde que se manteve por quase 18 anos com os 4:03:85 de Janet Evans. Evans teve uma batalha forte contra duas gigantes alemãs Heike Friedrich e Anke Mohring forçando a quebra do recorde anterior que já era dela por um segundo.
Janet Evans não se intimidou e partiu desde o início na frente passando os primeiros 100 metros com 59:99. As alemãs se aproximaram na altura dos 200 metros, mas Evans nunca perdeu a liderança. O recorde mundial atual desta prova de Federica Pellegrini é dois segundos mais forte que a marca de Janet Evans, porém os primeiros 100 metros ainda é um segundo mais lento que a impressionante passagem da americana há 20 anos.

2) MISTY HYMAN (USA) vencendo os 200 borboleta em 2000
Os australianos tinham Ian Thorpe nos 400 livre e Susan O’Neil nos 200 borboleta. Eram seus maiores favoritos para a disputa dos Jogos de Sydney. Jamais ninguém teria a ousadia de desafiá-los ou sonhar em derrotá-los.
Misty Hyman pensava diferente. Com seu nado usando e abusando do nado submerso, Hyman largou na frente e se manteve na frente. Ela já estava conhecida por passar na frente e morrer no final, porém na altura dos 150 metros ainda se mantinha forte e decidida a vencer. Susan O’Neil não escorregou na saída, não bebeu água, não errou na virada, sua prova foi perfeita, mas Misty Hyman foi fora de série.
Ao vencer a prova, Hyman quebrou o recorde olímpico dos 200 borboleta além de um recorde histórico, o recorde americano de Mary Meagher que já durava 10 anos.

3) REVEZAMENTO AMERICANO vencendo o 4 x 100 livre feminino em 1976
O International Swimming Hall of Fame elegeu como o revezamento do século. Todo mundo esperava pela vitória da Alemanha Oriental na piscina de Montreal em 1976. Afinal, eram 11 vitórias nas 12 provas femininas até então realizadas.
Coach Jack Nelson e suas meninas Kim Peyton, Wendy Boglioli, Jill Sterkel e Shirley Babashoff fizeram o mundo acreditar em milagres. O revezamento americano abriu junto mas desafiou as imensas alemãs com determinação e garra. Venceram as americanas que além de campeãs olímpicas e recordistas mundiais também eram limpas.

4) FELIPE MUÑOZ (México) vence os 200 peito em 1968
Um feito histórico para um país que jamais havia nem subido ao pódium nas provas de natação olímpica. Naqueles Jogos, o México ainda venceu duas medalhas de ouro no boxe, porém nenhuma delas teve o apoio popular e a verdadeira loucura que se instalou com a performance de Muñoz. Aclimatado com os efeitos da altitude, o jovem Felipe Muñoz soube atacar no final da prova passando um a um os seus adversários apoiado intensamente pela grande torcida nas arquibancadas. No final da prova, ele foi carregado nos ombros da multidão.

5) O primeiro revezamento 4 x 200 livre feminino em 1996
Não faz muito tempo mulheres ainda eram tratadas com diferença na natação olímpica. Elas não puderam competir oficialmente até a 5ª edição dos Jogos Olímpicos em 1912 e foram obrigadas por anos a utilizarem imensas saias para cobrir os seus corpos para nadar.
A história recente vem mudando isso aos poucos. Até hoje, os 1500 livre ainda são para os homens, mas elas vão ter o mesmo direito de disputar os 10 quilômetros das águas abertas estreando em Beijing. Também foi assim em 1988 na primeira vez que os 50 livre foi realizado nas Olimpíadas onde homens e mulheres nadaram a prova.
Assim, depois de 88 anos que os homens tiveram a chance de nadar o revezamento 4 x 200 livre (1908) as mulheres tiveram a mesma chance nos Jogos de 1996 em Atlanta.
Na primeira edição, as alemãs sairam na frente com mais de um corpo imposto pela então recordista mundial Franziska van Almick. As americanas com Trina Jackson, Cristina Teuscher, Sheila Taormina e Jenny Thompson foram atrás e venceram a prova. Com a vitória, Jenny Thompson se sagrou a primeira mulher olímpica a vencer três provas de revezamento coisa que ela voltou a repetir em 2000 e coisa que os homens Mark Spitz em 1972 e Jim Montgomery em 1976 também alcançaram. Todos americanos.

6) MARK SPITZ (USA) e SHANE GOULD (Austrália) roubam o show em 1972
Enquanto Mark Spitz vencia sete medalhas de ouro com cinco novos recordes mundiais, Shane Gould também fazia história ganhando medalhas em todas as provas de crawl da competição olímpica. Feito inédito até hoje. Além das vitórias nos 200 e 400 livre com recordes mundiais, Gould ainda foi bronze nos 100 e prata nos 800 livre, além de mais uma vitória nos 200 medley também com recorde mundial.

7) MICHAEL PHELPS (USA) deu a IAN CROCKER (USA) a vaga no revezamento de 2004
Ian Crocker não estava bem em Atenas. Pegou uma virose e complicou bastante o revezamento americano do 4 x 100 livre abrindo muito mal. Depois não passou das eliminatórias nos 100 livre e mesmo nadando melhor nos 100 borboleta não fez o suficiente para bater Michael Phelps.
Phelps já havia falhado no intento de quebrar ou igualar as sete medalhas de ouro de Mark Spitz com o bronze do 4 x 100 livre e o bronze dos 200 livre. Assim, decidiu dar a vaga da final do revezamento 4 x 100 medley a seu companheiro, mesmo tendo este direito como vencedor da prova. Ian Crocker tomou responsabilidade pela chance que Phelps lhe deu fazendo o mais rápido parcial da história da prova.

8) PABLO MORALES (USA) vence os 100 borboleta em 1992
Pablo Morales foi um dos mais fantásticos nadadores americanos de todos os tempos. Porém ele nunca havia mostrado tudo isso em Jogos Olímpicos. Em 1984 foi prata atrás de Michael Gross mesmo já sendo o recordista mundial. Em 1988, ele nem a seleção americana conseguiu ao terminar em 3º no Olympic Trials.
A chance estava para 1992 em Barcelona onde já com 27 anos numa época onde não se nadava tanto tempo e sobrecarregado pelos anos de faculdade de direito. Mesmo assim, impulsionado pela mãe Blanca, Pablo Morales se sagrou campeão por apenas três centésimos de segundo sobre o polonês Rafal Szukala.

9) A passagem de Eric Moussambani (Guiné Equatorial)
A prova das eliminatórias dos 100 livre foi cômica. Eric Moussambani ganhou o mundo da mídia onde nomes consagrados como Ian Thorpe e Pieter van den Hoogenband tiveram que fazer muito mais do que ele. Balizado na primeira série dos 100 livre, foi beneficiado pela desclassificação dos outros dois concorrentes na saída falsa. Moussambani nadou só e ganhou o apoio de todo público presente no complexo em Sydney. Passou o sprimeiros 50 metros em pouco mais de 40 segundos e terminou a prova com 1:52:72, o pior tempo da história dos 100 livre nos Jogos Olímpicos. O fato gerou a imposição de índices para os futuros Jogos e o controle na inscrição de atletas de determinados países.

10) DAWN FRASER (Austrália) vence três vezes os 100 livre em 1956, 1960 e 1964
A australiana Dawn Fraser já tinha 27 anos quando tentou e conseguiu vencer os 100 livre em 1964 em Tóquio. Sua vitória ainda foi marcada pela marca de 59:99, a primeira mulher a quebrar a barreira do minuto na natação mundial.
A húngara Krisztina Egerszegi também se juntou a Dawn Fraser vencendo os 200 costas nos Jogos de 1988, 1992 e 1996.
Dois homens tentaram e não conseguiram: Alex Popov e Kieren Perkins. Em Beijing, Pieter van den Hoogenband nos 100 livre e Grant Hackett nos 1500 livre serão as esperanças de poderem adicionar seus nomes nesta lista.

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