A glicólise, a segunda via, metaboliza os carboidratos e envolve uma série de 12 enzimas e múltiplos intermediários metabólicos. Essa via, que transforma glicose em substrato combustível, não requer o oxigênio e resulta na produção de ATP e piruvato ou ácido lático. Durante esforço prolongado, a glicólise é limitada pela disponibilidade de carboidratos como fonte de energia. O substraro de carboidrato é armazenado na célula muscular ou é transportado através do suprimento sanguíneo. Alternativamente é possível considerar a glicose uma fonte de combustível oxidativo se o piruvato or ainda mais concentrado através do ciclo de TCA, produzindo CO2, H2O, ATP e calor.
Durante esforço intenso e logo após uma refeição com alto teor de carboidrato, os carboidratos tranformam-se na fonte preferida de combustível para as células. No passado, era comum se referir ao metabolismo da glicose, ou glicólise, como metabolismo anaeróbio, pois o oxigênio não está diretamente envolvido no processo. Atualmente, embora ainda muito utilizado, alguns consideram o termo anaeróbio inadequado, ou melhor, errado. Ele leva à crença de que a glicólise ocorre no músculo apenas quando há falta de oxigênio. Está claro, entretanto, que, quqndo há a necessidade de grandes quantidades de energia em curto espaço de tempo, a glicólise desempenha um papel importante no fornecimento dessa energia. Foi determinado que a disponibilidade de oxigênio tem pouca relação com o metabolismo da glicose ou com qual dos dois produtos finais parciais, lactato ou piruvato, é produzido em maior quantidade. Sabe-se , por exemplo que o ácido lático é produzido em repouso, assim como durante esforço leve, e que a abrangência com que ele se acumula no sangue é complexa.
Os sistemas fisiológicos, portanto, tendem a ser conservativos; assim, em repouso ou várias horas após a refeição, a glicólise é pequena. O fluxo glicolítico, entretanto, está sempre presente em quantidades variadas em células e tecidos específicos. Como a capacidade máxima que o cérebro e as hemáceas tem de oxidar gorduras é pequena, a glicólise representa a primeira opção para gerar energia.
Os açúcares ingeridos em uma refeição são usados como fonte inicial de combustível. Além disso, repõem o estoque de glicose ou são transformados em gordura e armazenados nos tecidos adiposos. Em outras palavras, se houver excesso de açúcar (glicogênio), ele será metabolizado ou armazenado como gordura. A maior parte da energia exigida pelo organismo em repouso depende da transformação das gorduras, pois elas existem em quantidades abundantes e o conteúdo calórico da gordura faz dela uma eficiente forma de armazenamento.
Na via glicolítica, o açúcar (em geral uma molécula de glicose com 6 carbonos: C6H12O6) gera duas moléculas de ATP, enquanto o NAD+, um cofator derivado de vitamina, é reduzido a NADH+ + H+. O NADH é conhecido como "receptor universal de hidrogênio" e exerce um papel importante na cadeia de transporte de elétrons (CTE) e na fosforilação oxidativa. Os intermediários metabólicos finais da glicólise são duas moléculas de oiruvato (três carbonos cada uma), que são, depois metabolizadas em acetil-CoA (no interior sa mitocôndria) e metaboliza-a em seis moléclas de dióxido de carbono (um carbono cada uma) e seis moléculas de água (12 hodrogênios e seis oxigênios: 6 H2O). Os equivalentes de NADH gerados no processo são transportados de volta à mitocôndria para posterior produção de ATP via CTE (Salway, 1995).
Se os carbonos do substrato original são seguidos por glicólise, uma molécula de glicose de 6 carbonos forma 3 moléculas de 3 carbonos de piruvato ou ácido lático (C3H5O3 ou C3H6O3, respectivamente). Quatro moléculas de ATP são produzidas neste processo, mas duas são usadas para dar continuidade ao processo. Assim, o ganho líquido em ATP é de apenas duas moléculas. A grande pergunta é: o que provoca a formação de ácido lático em vez de piruvato?
Um comentário:
O lactato é formado à partir do piruvato em condições anaeróbias esta via rende menos ATP mas funciona sem oxigênio. Duas moléculas de lactato podem ser depois convertidas novamente em uma molécula de glicose.
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