Saiu no blog do Prof. Paulo Henrique Bonacella - "Bona".
Nas Academias, a situação mais comum é aquela em que os alunos de qualquer nível vão entrando e sendo promovidos ao longo de todo o ano, não havendo portanto uma chamada “aula inicial”. Os alunos novos são sempre um ou outro dentro de cada turma, e como a maioria já está entrosada com a dinâmica do trabalho, as coisas acabam dando certo por inércia
Mas há outras circunstâncias, como em cursos periódicos ou promocionais, ou ainda no fechamento de novos convênios com Escolinhas Infantis, em que a situação é um pouco diferente. Há aqui uma aula inicial, onde praticamente todos os alunos são novos, não conhecem a piscina onde nadarão ou os professores que os orientarão. Por outro lado, nós também nada sabemos sobre o comportamento, características, adaptação ou habilidades dos novatos.
Para estas aulas, há cuidados especiais (mas bem simples) que precisam ser tomados.
1. Gaste pelo menos de três a cinco minutos conversando com eles para quebrar o gelo e começar a tomar as primeiras informações relevantes para o seu trabalho: apresente-se, pergunte rapidamente o nome da cada um, pergunte quem já fez aula de Natação alguma vez, quem tem piscina em casa, quem tem piscina no prédio onde mora.
2. Faça esse “quebra-gelo” nem que seja já sentado na borda da piscina com eles, e aproveite para deixar claras algumas regras básicas de segurança, do tipo só se entra na piscina com a presença do professor, jamais empurrar os coleguinhas, só utilizar o espaço de aula determinado para isso, etc;
3. Peça para que eles entrem na piscina um de cada vez. Além de muito mais seguro do que todos pularem ao mesmo tempo, perceba que a entrada do aluno já diz muito sobre a sua adaptação ao meio líquido. Um aluno que entra na piscina saltando sem problemas é muito diferente de um que entra temerosa e lentamente;
4. “Ao menos” uma pessoa deve estar dentro d’água. Pode ser o próprio professor responsável, pode ser um estagiário, pode ser um auxiliar. A presença física de alguém na água dará aos novatos a confiança necessária para se sentirem bem no novo ambiente. Ficar fora d’água é coisa para bem mais tarde, se é que um dia isso será possível;
5. Se for um convênio, uma ou duas auxiliares da escolinha devem permanecer sentadas dentro do recinto da piscina para ficar com os relutantes que não quiserem entrar, acolher antes do término os friorentos e acompanhar quem precisar do banheiro. Professor ou mesmo estagiário da Academia NÃO DEVE ACOMPANHAR CRIANÇAS AO VESTIÁRIO OU AO BANHEIRO! NUNCA!
6. Inicie a aula sempre por um reconhecimento do espaço a ser utilizado nas aulas. Essa atividade de reconhecimento deve ser cautelosa e em ritmo moderado (cuidado com as estratégias lúdicas, principalmente com bola), pois há crianças que se empolgam mesmo sem possuir as habilidades necessárias e podem desviar-se para locais mais fundos e beber água. Esse reconhecimento bem feito é que vai dar tranqüilidade às crianças e possibilitar que elas se concentrem nas atividades em si;
7. No planejamento dessa aula, procure enriquecer o seu conteúdo motor alternando estratégias estacionárias (imersões, expirações submersas, abertura dos olhos para busca de brinquedos no chão da piscina) com atividades de deslocamento (andando, correndo, saltitando, deslizando, com propulsão de pernas e braços, etc.). Estes deslocamentos podem ser numa mesma direção para todos (de um lado ao outro da piscina), ou em todas as direções aleatoriamente, dependendo apenas do espaço que você dispuser para a aula. Aula muito parada é aula chata!
8. No encerramento da aula, elogie a todos indistintamente, diga que a aula foi ótima e que você espera todos para a próxima vez. Entenda que, para as crianças, este primeiro contato foi apenas um reconhecimento do novo ambiente e do(a) novo(a) “tio(a)” e que nada de mirabolante deve ser esperado. Se a moçadinha pequena gostar e sair com vontade de “quero mais”, aula ganha!
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